Repetência e Abandono escolar - A culpa é de quem?

     Ontem comentei com meu aluno de 15 anos que é disléxico que a professora me disse que meu filho é mimado (meu filho e esse meu aluno fazem aula de reforço comigo juntos há três meses), ele me disse: "será que ela não vê que ele é imaturo?". 

     Está é uma das características mais marcantes do disléxico é bem visível para esse meu aluno, mas não para a professora do meu filho que já me comunicou que vai reprová-lo. Estou vivendo a situação descrita abaixo nessa reportagem, e você?


Para professores, déficit no ensino é culpa dos alunos.

Desinteresse e falta de esforço são apontados como principais causas para o baixo índice de aprendizagem por 91% dos docentes consultados

Para 91% dos professores brasileiros de 5.º e 9.º anos da rede pública, uma das principais razões para a dificuldade de aprendizagem é o desinteresse dos próprios alunos. No Paraná a proporção é um pouco maior. Conforme mostram as respostas a um questionário enviado às escolas junto da Prova Brasil 2011, 92% dos professores do estado acham que os alunos não aprendem porque não se esforçam. O mesmo questionário revela ainda que a maior parte da categoria não vincula os problemas de aprendizagem ao próprio trabalho, ou sequer à escola.

Segundo analistas, o resultado preocupa. Por um lado, revela o pessimismo com o qual muitos professores veem a docência ou as capacidades dos próprios alunos. Por outro, mostra a confusão de papéis em relação ao que cabe à família e à escola.

O levantamento se baseia nas respostas dadas por 226,8 mil professores de todo o Brasil e 12,8 mil no estado.

Evelise diz ser impossível ignorar as consequências desse tipo de visão negativa por parte dos professores no desenvolvimento dos alunos. Não faz sentido, diz ela, empurrar a culpa do mal desempenho somente aos pais. “Não adianta a escola querer que a família faça algo que a ela não está instrumentalizada a fazer”, diz. Haveria ainda uma questão básica nessa relação: “Que parte daquilo que é meu eu não estou fazendo?”.




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