Escolas públicas vão testar método da Escola da Ponte, sem aulas e provas, no Mato Grosso do Sul
Procurando
atualizar o sistema de ensino, que parece cada vez mais não dar conta das
necessidades e da realidade contemporânea, e com isso estimular o estudo, duas escolas do Mato Grosso do Sul
irão reformar radicalmente seus métodos.
Inspirados pela Escola da Ponte, em Portugal
– pioneira e referencia nos métodos de ensino experimentais – as escolas irão abolir a divisão por disciplinas, as
provas, as lições expositivas, e transformar os professores em orientadores de
estudo, auxiliando nas pesquisas e seus desdobramentos. A
divisão por séries também será alterada: cada aluno avança de acordo com seu
tempo de aprendizado, suas demandas e especificidades.
A
avaliação, segundo a secretaria de educação do estado, “se dará sobre a
produção diária do estudante, e será contínua, diagnóstica, formativa e
preventiva”. O objetivo é que o modelo, após o teste em Mato Grosso do Sul,
venha a ser implantado em outras escolas que se interessem em reformar seus métodos.
A
Secretaria de educação Maria Cecília Amendola da Motta
Ainda
que trata-se de um modelo reconhecido internacionalmente, algumas críticas
levantaram questões específicas sobre sua aplicação no contexto brasileiro.
Segundo os críticos, a proposta só funcionaria com professores adequados, e não
daria conta dos déficits de aprendizado dos alunos locais, por conta do péssimo
sistema de ensino ao qual estão inseridos atualmente – o que naturalmente
criaria um dilema infinito, pois, se reformar o sistema de ensino não é
eficiente por conta da má qualidade do sistema que está sendo reformado, quando
então poderemos transformar as mazelas de nossa educação pública?
A
Escola da Ponte, em Portugal
As
duas escolas selecionadas para participar do projeto-piloto, Waldemir de
Barros da Silva e Manoel Bonifácio Nunes da Cunha, não alcançaram as notas
médias em nenhuma das habilidades examinadas na última prova do Enem.