"Existe princesa negra? Um curta sobre racismo e representatividade na infância"
Quando
Gisele chegou do colégio, sua avó Ita percebeu que havia algo errado. Um
desenho feito pela menina revelou o que estava acontecendo: Gisele era vítima
de racismo.
A ilustração
mostrava colegas zombando de seu cabelo crespo. Para ajudar a neta a superar o
problema, Ita cria uma história fantástica. Nasce assim Fábula de Vó Ita,
curta-metragem que precisa arrecadar R$ 10 mil até dia 10 de agosto para ser
finalizado (colabore!).
Na história criada por Ita, Gisa, uma menina negra, sente-se isolada em um reino onde ninguém se parece com ela. Cansada de sofrer discriminação, ela procura uma bruxa para modificar seu visual, mas é justamente por causa de seus cabelos – que se alteram conforme suas emoções – que ela é reconhecida por sua mãe, a rainha Andrea, que há anos procurava a filha perdida.
Apesar de
ficcional, o enredo do filme de Joyce Prado e Thallita Oshiro remete à
realidade de muitas crianças negras no Brasil. Uma das próprias criadoras,
Joyce, 28, viveu episódios semelhantes na infância. “Quando estava, no pré
[pré-escola], o termo era ‘macaca’”, conta Joyce. “Infelizmente temos que
ensinar para crianças de 5 anos que elas não têm que se importar com a visão de
seus colegas de classe. Não deveria ser assim”, completa.