Tipos de Dislexia
A
dislexia pode ser classificada de várias formas, de acordo com os critérios
usados para classificação.
Alguns
autores classificam a dislexia tendo como base testes diagnósticos,
fonoaudiológico, pedagógicos e psicológicos.
Conforme
Ianhez (2002), a dislexia pode ser classificada em:
1
Dislexia disfonética: dificuldades de percepção auditiva na análise e síntese
de fonemas, dificuldades temporais, e nas percepções da sucessão e da duração (
troca de fonemas – sons, grafemas – diferentes, dificuldades no reconhecimento
e na leitura de palavras que não têm significado, alterações na ordem das
letras e sílabas, omissões e acréscimos, maior dificuldade na escrita do que na
leitura, substituições de palavras por sinônimos);
2
Dislexia diseidética: dificuldade na percepção visual, na percepção gestáltica,
na análise e síntese de fonemas ( leitura silábica, sem conseguir a síntese das
palavras, aglutinações e fragmentações de palavras, troca por equivalentes
fonéticos, maior dificuldade para a leitura do que para a escrita);
3
Dislexia visual: deficiência na percepção visual; na coordenação visomotora
(não visualiza cognitivamente o fonema);
4
Dislexia auditiva: deficiência na percepção auditiva, na memória auditiva (não
audiabiliza cognitivamente o fonema).
5
Dislexia mista: que seria a combinação de mais de um tipo de dislexia.
Para
Moojen apud Rotta (2006), é possível classificar a dislexia em três tipos:
1.1
Dislexia fonológica (sublexical ou disfonética): caracterizada por uma
dificuldade seletiva para operar a rota fonológica durante a leitura,
apresentando, não obstante, um funcionamento aceitável da rota lexical; com frequência
os problemas residem no conversor fonema-grafema e/ou no momento de juntar os
sons parciais em uma palavra completa. Sendo assim, as dificuldades
fundamentais residem na leitura de palavras não-familiares, sílabas sem sentido
ou pseudopalavras, mostrando melhor desempenho na leitura de palavras já
familiarizadas. Subjacente a essa via, encontra-se dificuldades em tarefas de
memória e consciência fonológica. Considerando o grande esforço que fazem para
reconhecer as palavras, portanto, para manter uma informação na memória de
trabalho, são obrigados a repetir os sons para não perdê-los definitivamente.
Como consequência, toda essa concentração despendida no reconhecimento das
palavras acarreta em dificuldades na compreensão do que foi lido.
2.1
Dislexia lexical (de superfície): as dificuldades residem na operação da rota
lexical (preservada ou relativamente preservada a rota fonológica), afetando
fortemente a leitura de palavras irregulares. Nesses casos, os disléxicos leem
lentamente, vacilando e errando com frequência, pois ficam escravos da rota
fonológica, que é morosa em seu funcionamento. Diante disso, os erros habituais
são silabações, repetições e retificações, e , quando pressionados a ler
rapidamente, cometem substituições e lexicalizações; às vezes situam
incorretamente o acento prosódico das palavras.
3.1
Dislexia Mista: nesse caso, os disléxicos apresentam problemas para operar
tanto com a rota fonológica quanto com a lexical. São assim situações mais
graves e exigem um esforço ainda maior para atenuar o comprometimento das vias
de acesso ao léxico.
Entre as
consequências da dislexia encontramos a repetência e evasão, pois se o problema
não é detectado e acompanhado, a criança não aprende a ler e escrever. Acontece
também o desestímulo, a solidão, a vergonha, e implicações em seu autoconceito
e rebaixamento de sua autoestima, porque o aluno perde o interesse em aprender,
se acha incapaz e desprovido de recursos intelectuais necessários para tal.
Pode apresentar uma conduta inadequada com o grupo, gerando problemas de
comportamento, como agressividade e até envolvimento com drogas. Como podemos
constatar que as sequelas são as mais abrangentes, em todos os setores da vida.
Começa com um distúrbio de leitura e escrita e acaba com um problema que pode
durar a vida inteira, como depressão e desvio de conduta.
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